Como era a rua que deu lugar à Borges de Medeiros, grande e famosa avenida do centro de Porto Alegre? Hoje poucos sabem, pois esta estreita rua, também conhecida por ter vários trechos chamados de becos, começou a se transformar há cem anos, em 1922, quando das primeiras obras de alargamento iniciadas pelo prefeito José Montaury. Já naquela época começaram as desapropriações e demolições de suas casas e sobrados, e depois viria a enorme escavação que ligaria a margem norte à margem sul da região central de Porto Alegre, facilitando o trânsito de bondes e depois de carros e ônibus.
A antiga Rua General Paranhos percorria transversalmente o espigão do centro histórico da cidade, e antes de ganhar esse nome, foi conhecida como “travessa da Rua do Poço”, por ser uma ruela ou beco que cruzava a rua do Poço, atual Jerônimo Coelho. O cronista Sérgio da Costa Franco (1988) caracteriza a General Paranhos como um
[…] estreito beco que subia desde a Rua General Andrade Neves até a Rua Duque de Caxias e dali descia em outra fortíssima ladeira até a Rua Coronel Genuíno. O nome de General Paranhos datava de uma resolução da Câmara Municipal em 30/10/1871, mas a população porto-alegrense, com seu aferrado tradicionalismo, ainda aludia àquela via pública como o ‘Beco do Poço’ […]1
Já Antônio Álvares Coruja, em 1881, fala da General Paranhos como uma rua que comportava becos de diferentes nomes em seus diversos segmentos:
O Beco do Freitas, a Travessa do Poço, e Beco do Meireles. Eis mais uma rua com três nomes
diferentes, e que por isso se pode também descrever em 3 secções differentes.
A 1ª secção, a mais antiga, era da rua da Ponte [atual Rua Riachuelo] à da Igreja, onde raríssimas eram as casas e de fraca aparência, em uma das quais morava o Pedro Penacheiro que saudava os transeuntes com as barreteadas de Meu Sinhozinho [sic]. A casa de sobrado da esquina da rua da Ponte com frente ao norte e poente, edificada sobre um charco pelo padre Inácio Soares Viana, 1º vigário do Rosário, por falta de bons alicerces teve de ceder ao peso do madeiramento, pelo que foi de novo reedificada. Esta 1ª secção tinha o nome de Travessa do Poço.
A 2ª secção, da rua da Ponte à rua Nova, só tinha uma casa velha em frente a do padre Inácio, e como Manoel José de Freitas Travassos aí fizesse edificar uma carreira de casas ao lado dos números ímpares, ficou-se chamando Beco do Freitas.
A 3ª secção, denominada Beco do Meireles, só veio mais tarde depois que o tenente coronel Meireles levantou as suas casinhas da rua da Igreja para a do Arvoredo. Hoje o nome do general Paranhos substitui com sua placa todos esses nomes de princípio a fim. 2
Nota-se que o cronista descreve uma via de ocupação esparsa, e onde se fazia construir “casinhas”, certamente para fins de aluguel e renda, tendo os proprietários dado nome aos trechos da rua onde as erguiam. Mais uma vez, o espaço de um beco de Porto Alegre é associado à ocupação pelas camadas mais pobres da população, características que se acentuou com o crescimento da cidade ao longo do século XIX e início do XX.
Achylles Porto Alegre. em 1940, traz a mesma sequência de nomes para cada trecho da antiga rua: “General Paranhos: da rua Andrade Neves á do Riachuelo chamou-se – becco do Freitas. Dahi á Duque de Caxias, becco do Poço ou da Cacimba , e dahi para baixo – becco do Meirelles ”1.
O nome “Rua do Poço”, que aparece nas plantas de 1839 e 1868 para toda a extensão do beco, ou “Travessa do Poço”, a que se refere Coruja em 1881, tem sua origem no poço ou fonte pública aberta pela municipalidade na altura do cruzamento da General Paranhos com a atual Rua Jerônimo Coelho:
A rua da Ponte, assim se chamou por causa de uns paus estendidos ou atravessados em ar de pinguela dobrada, que servia de ponte, mais ou menos pelas alturas da travessa do Poço, e por baixo da qual (ponte) passavam as águas que desciam como nativas do antigo poço ou fonte que deu nome à rua, depois denominada de S. Jerônimo, quando presidiu a província Jerônimo Francisco Coelho.
Essa rua do Poço, que alguns também chamavam rua da Cacimba, e que melhor se chamaria rua da Fonte, tinha uma fonte preparada e coberta de madeira […].
Para essa fonte ia todos os dias uma sentinela da guarda do palácio para impedir que os rapazes da escola do Amansa matassem o solitário cágado que aí vivia; e que afinal, retirada a sentinela, morreu a pedradas.
Hoje nem sentinela, nem fonte, nem cágado. Há apenas o locus ubi Troya fuit.1
Essa explicação para a origem do nome do trecho também é dada por Achylles Porto Alegre:
Ahi pelas proximidades da rua ainda hoje chamada becco do Poço, havia uma fonte cuja guarda estava confiada ás sentinella[s] do palacio, afim de zelarem pela conservação da mesma e do kágado, que, como era de costume, usava-se pôr para limpeza da agua. Afinal, relaxada a pratica, o inoffensivo bicho foi morto a pedradas pelos discipulos do Amansa-Burros, que aproveitou o ensejo para solene aula de moral.2
Contudo, Sérgio da Costa Franco, ao comentar as Antigualhas de Antônio Álvares Coruja, esclarece que
Rua da Ponte é a atual Riachuelo […]. A ponte ou pinguela que lhe deu o nome primitivo situava-se, a julgar pelo texto, no cruzamento com a atual avenida Borges de Medeiros, que veio a ser rasgada naquele trecho mediante o alargamento da rua General Paranhos, íngreme travessa que galgava a elevação de terreno até a Rua Duque de Caxias, e que foi conhecida como Travessa do Poço. Também a deduzir pelo texto, o poço ou fonte pública em questão ficaria aproximadamente no cruzamento da travessa do Poço com a atual rua Jerônimo Coelho, que se chamou outrora [rua] Nova do Poço e [rua de] São Jerônimo, sucessivamente.1
Pode-se então dizer que a ponte ficava na altura do cruzamento do beco do Poço (atual Avenida Borges de Medeiros) com a Rua da Ponte (atual Rua Riachuelo), e o poço ou fonte ficava na altura da Rua Nova do Poço (atual Rua Jerônimo Coelho).
Os cronistas da cidade associam diversos personagens populares ao Beco do Poço. Antônio Álvares Coruja, por exemplo, recorda habitantes populares desse beco das primeiras décadas do século XIX:
Para se livrar de mais encontros tomou o soturno beco do Poço, onde teve ainda de corresponder aos humilíssimos cumprimentos do Barbulo Robalo ou Pedro Penacheiro que com a sua calça larga, gibão comprido, barrete, e barbas de quichequiche, tirava o barrete até o chão, chamando-o de ‘Meu Sinhozinho’.2
Por sua vez, Achylles Porto Alegre é pródigo em enumerar personagens e suas atividades quotidianas no lugar:
Havia ainda o Eiras, barbeiro-esfola-queixos, cirurgião, dentista. Fazia sangrias, applicava bichas [sanguessugas, como descrito no ‘vidro de boca larga’?], ventosas e, aos domingos, ia caçar perdizes na Tristeza. Sua barbearia ficava na rua da Ponte, a actual Riachuelo, no pavimento terreo do sobrado sito á esquina da rua General Paranhos.3
E acrescenta mais adiante, descrevendo com maior detalhe a barbearia: “Era uma porta larga e toda a casa constava apenas de uma sala exigua e de um quarto microscopico, sem luz directa, sob as escadas do pavimento superior”4. O cronista também menciona um personagem proeminente associado ao beco: “Na esquina era a venda do João dos Santos, – trunfo na maçonaria, onde chegou ao gráo 33, e na politica, em que attingiu á poderosa posição de – inspector de quarteirão”.5
Todavia, já no final do século XIX, são personagens marginalizados que se encontram associados à antiga rua General Paranhos. A historiadora Sandra Pesavento, por exemplo, dedica um capítulo de seu livro Os Sete Pecados da Capital ao “Pássaro Negro do Beco do Poço”:
[…] foi neste ano de 1890 que chegara à cidade de Porto Alegre uma certa Anna Fausta Marçal, vinda de Camaquã, do interior do estado, alugando um sobrado no nº 42 do Beco do Poço, na segunda quadra e à esquerda de quem subia a Rua da Ponte para a Rua da Igreja. Neste local, a crioula Fausta instalou um prostíbulo ou bordel, tratado também no linguajar da época de bodega, espelunca, alcouce, lupanar, e que recebeu o poético nome de A Flor da Mocidade. Poético e sugestivo, pois era o tal bordel frequentado não só pelos subalternos da urbe como, ao que se dizia, pela fina flor da sociedade porto-alegrense… 6
Mais uma vez, o beco é lugar de associações insólitas, encontros de personagens que, conforme a autora, pertenciam a camadas muito diferentes da população porto-alegrense da época. A historiadora ainda se vale das cores vívidas da imprensa do fim do século XIX para dar uma idéia do ambiente do Beco do Poço:
Na quadra do referido beco, entre as ruas general Andrade Neves e Riachuelo, existem duas bodegas que acham-se seguidamente cheias de vadios e vadias que, na falta de qualquer ocupação proveitosa, passam o dia e até alta noite a fazer algazarra, da qual sobressaem de quando em vez palavras muito pouco admissíveis sob o ponto da moralidade.
Mulheres de má nota, algumas das quais já tem o nome registrado no livro da cadeia, soldados, marinheiros de navios mercantes e paisanos de ínfima classe, levam à porfia, a depravarem-se mais ainda e a prejudicar o transito publico pois ao ponto a que acha-se transformado aquele beco, é muitas vezes preferível à uma pessoa decente evitar passar por ali à sujeitar se [sic] a levar esbarradas dos ébrios imundos que por ali vagam.
Ainda na segunda-feira ultima duas crioulas, sem casaco e sentadas à beira da calçada, ‘divertiam-se’ a proferir obscenidades dirigidas à outra postada junto à porta de uma casa do lado oposto e que, por turno, respondia-lhes no mesmo tom.7
As referências a distúrbios, a contravenções e a grupos marginalizados da população é frequente tanto nos cronistas como na imprensa, o que vale até para o fim da década de 1920, quando o Beco do Poço foi aberto para dar lugar à moderna Avenida Borges de Medeiros.
Gaston Hasslocher Mazeron, em 1949, recorda que
Para chegar à Cidade [centro histórico] […] Alguns [moradores da Cidade Baixa] subiam o ‘Beco do Meireles’, que ficava paralelo à rua acima citada [Marechal Floriano], onde hoje existe a Avenida Borges de Medeiros, porém, não era grande o trânsito, porque arriscavam-se a ficar ‘mal vistos’ e as famílias passavam de cara virada, mesmo que fosse pelas esquinas.8
E acrescenta, celebrando a abertura da grande avenida no lugar do antigo beco:
Um porto-alegrense que esteja há muitos anos ausente da sua terra, no dia em que cá voltar, ficará surpreendido com a transfor[m]ação, pois em lugar do ‘Beco do Meireles’, vai encontrar a linda avenida Borges de Medeiros com seus magestosos edificios, que substituíram as velhas casinhas de outros tempos.9
Novamente, faz-se referência à presença de “casinhas” no beco, o que indica a sua ocupação humilde. Tendo em vista a estigmatização e exclusão da população negra durante o período, a referência feita por Achylles Porto Alegre à presença dos cultos e festejos afro-brasileiros no Beco do Poço parece reafirmar essa realidade:
Havia pontos da cidade onde, aos domingos, o ‘batuque’ era infallivel. O becco do Poço, o do Jacques e a rua da Floresta eram sitios de eleição para o ‘batuque’. Nos dias de ‘folia’, já de longe se ouviam a melopéa monotona do canto africano e o som cavo de seu originalissimo tambôr. Nessas occasiões a aguardente corria copiosamente á roda, mas como o africano é de uma resistencia assombrosa para toda a especie de alcool, nunca se davam casos escandalosos de embriaguez.
Além disso, o Beco do Poço, desde então marginalizado, no início do século XX havia se tornado um foco de criminalidade. Conforme Sérgio da Costa Franco, “unificados os três nomes sob a denominação comum de Rua Gen. Paranhos, essa via pública mortalmente prejudicada pela topografia nunca adquiriu respeitabilidade. E, nos últimos tempos de sua vida, se transformara em foco de crimes e prostituição”. A crônica policial da época é pródiga em menções ao Beco do Poço, tanto que até manifesta sua surpresa quando passa-se um tempo sem ocorrências policiais:
Extranhavamos a quietude em que mergulhára, há varias semanas, o celebre becco do Poço, ponto predilecto da capadoçagem da cidade. Ha muito que o nome do famigerado beco desertára das chronicas dos jornaes, sem que facto algum explicasse a origem de tal ‘pacatização’: O policiamento e o movimento, os mesmos; as mesmas tascas e casas de libertinagem abertas, com a frequencia de sempre.12
Pode-se dizer, pois, que as sociabilidades marginalizadas, os problemas de limpeza urbana, os conflitos policiais e também a topografia dessa via pública levaram a Intendência a estudar uma primeira proposta de alargamento dessa via já em 1894.
Mais tarde, as autoridades municipais encomendaram o famoso Plano Geral de Melhoramentos de Porto Alegre, elaborado pelo engenheiro-arquiteto João Moreira Maciel em 1914, e que previa, entre outras várias obras de remodelação urbana, um alargamento e prolongamento da General Paranhos até a Praça XV. Só na gestão de Otávio Rocha (1924-1928) é que esse plano é revisado e modificado, visando transformar a antiga General Paranhos numa grande avenida de conexão entre o porto e a margem sul da península, otimizando o sistema de transportes públicos:
Esses trabalhos chegaram a ser iniciados pelo Intendente José Montaury. Mas foi, decididamente, o seu sucessor, Otávio Rocha, o pai da atual Avenida Borges de Medeiros. Segundo se vê de seu relatório de 1925, ela figurava entre as metas mais importantes de sua administração: ‘Ao assumir o cargo, encontrei já iniciado esse melhoramento, mas o alargamento estava projetado apenas entre as ruas 15 de Novembro (atual José Montaury) e Coronel Genuíno. Julguei que era uma obra apenas de higiene e de embelezamento, e não uma obra de viação. Com a largura de 13 metros, sem ligação com o Porto, em nada viria a melhorar o tráfego de veículos e muito menos concorrer para descongestionar a circulação dos bondes’. […] ‘As rampas de acesso à rua Duque de Caxias, que atualmente têm 9% e 12%, ficarão reduzidas, respectivamente, de 1% e 5%, para o que se vai fazer o rebaixamento de 13 metros no ponto culminante. Aí será construído um viaduto de cimento armado, em arco abatido, por onde se fará a passagem da rua Duque de Caxias. […] É uma obra de viação de grande relevo, por que vai encurtar o trajeto para todas as linhas de comunicação dos arrabaldes Menino Deus, Glória, Teresópolis e Partenon.’13
Charles Monteiro também traz a importância da ligação entre a encosta norte e sul da península como fator determinante para a execução desta grande obra:
Segundo novos padrões estéticos e higiênicos da elite dirigente, estas construções constituíam uma ameaça à saúde pública e não estavam a altura da capital de um dos mais importantes estados do país que se modernizava. Além disso, através da correção do seu arco, pelo escavamento de suas rampas e construção de um viaduto sob a rua Duque de Caxias, possibilitaria encurtar o trajeto das linhas de bonde e a comunicação com os arrabaldes do Menino Deus, Glória, Teresópolis e Partenon.14
É possível encontrar na imprensa da época frequentes menções a essa ambiciosa obra de alargamento e escavação da rua General Paranhos, referindo também as desapropriações de seus imóveis feitas pela Intendência:
Como se pode ver na planta acima, a antiga General Paranhos alterna edificações assobradas e de testadas maiores nas esquinas, entremeadas de casas térreas mais frequentes nos trechos centrais das quadras. Esse padrão reflete a lógica que valorizava os lotes que fazem esquina com ruas principais, deixando o interior da quadra para as moradias mais humildes.
Abaixo, a fotografia da revista A Máscara mostra, apesar do ângulo pouco vantajoso para a observação, o conjunto do que parecem ser casas térreas, provavelmente construídas no século XIX, revestidas de uma roupagem neoclássica. Esta se evidencia pelos arcos plenos nas aberturas e presença de platibanda escondendo o telhado, porém sem contar com porões elevados. Do mesmo lado da foto, nota-se os beirais do que parecem ser as casas térreas retratadas por Francis Pelichek em sua aquarela Beco do Poço, de 1925. De acordo com a pintura, pode-se dizer que trata-se de típicas casas térreas com características coloniais, com águas perpendiculares à direção da rua, e sem condutos pluviais. Suas aberturas apresentam ora vergas retas, ora vergas em arco abatido, também típicas da arquitetura colonial portuguesa.
Adiante, vê-se um sobrado de meia-água com platibanda e duto de coleta de águas da chuva descendo pela empena lateral. Tem aspecto dilapidado, podendo tratar-se de um antigo sobrado convertido em habitação multifamiliar. Sua altura e cobertura características fazem desta edificação uma referência que pode, em outras fotografias, identificar o lugar como sendo o Beco do Poço, trecho da antiga General Paranhos. Também a respeito dos sobrados do Beco do Poço, Sandra Pesavento transcreve a seguinte passagem de jornal: “na quadra seguinte e em frente a um sobradinho antigo, com três janelas no pavimento superior, e duas janelas e porta com corredor, no térreo, o Quirino parou.”1 Esta descrição indica tratar-se de um sobrado do tipo colonial urbano, predominante nas cidades brasileiras de colonização lusa. Em especial, a descrição “porta com corredor” remete claramente à distribuição típica dos cômodos destes sobrados que, em planta, ocupam de lado a lato o lote, gerando um corredor que partia da porta de entrada e levava até os fundos, passando por alcovas.
Vê-se, assim, uma alternância de temporalidades nas edificações que configuram este beco. Ainda na foto da revista A Máscara, e ao lado de casas térreas e sobrado, vê-se uma alterosa edificação de esquina em estilo eclético. Isso indica, mais uma vez, a valorização dos terrenos de esquina dos becos junto às ruas principais:
Como se pode ver, a rua General Paranhos era uma típica travessa ou ruela resultante do traçado das ruas do urbanismo colonial português sobre um sítio de topografia acidentada. Nele, as ruas principais se desenhavam ao longo das encostas, gerando percursos menos íngremes a serem percorridos. As travessas ou ruelas, que as conectavam, se desenvolviam sobre as grandes declividades do terreno, gerando as conhecidas ladeiras que são típicas de cidades coloniais portuguesas em todo o Brasil.
O ramo norte da General Paranhos era já uma ladeira, mas o seu ramo sul era tão íngreme que impedia até mesmo a instalação de linhas de bondes e exigia grande esforço por parte dos animais de carga. Essa declividade complicava a construção de imóveis , e tornava menos valorizados os terrenos ao longo da via.
A sua estreiteza também fez com que essa via se tornasse, já no final do século XIX, forte candidata a obras de reforma e alargamento, pois as campanhas de higienização urbanas exigiam o embelezamento e a ocupação do centro da cidade por imóveis bem ventilados e iluminados, coisa que as pequenas casinhas de aluguel e velhos sobrados definitivamente não eram.
E foi assim que uma das ruas mais desprezadas deu lugar à avenida mais icônica da modernidade urbana de Porto Alegre.
Referências:
1. FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1988. pp. 412-413.
2. CORUJA, Antônio Álvares Pereira. Antigualhas; reminiscências de Porto Alegre. Porto Alegre: Companhia União de Seguros Gerais, 1983. pp. 116-117.
3. PORTO ALEGRE, Achylles. História popular de Porto Alegre. Edição organizada por Deusino Varela para as comemorações do bicentenário da cidade e officialisada pela Prefeitura Municipal. Porto Alegre, 1940. p. 126.
4. PORTO ALEGRE, Achylles. História popular de Porto Alegre. Edição organizada por Deusino Varela para as comemorações do bicentenário da cidade e officialisada pela Prefeitura Municipal. Porto Alegre, 1940. p. 148.
5. PESAVENTO, Sandra Jatahy. Era uma vez o beco: origens de um mau lugar.In: BRESCIANI, Maria Stella (org.). Palavras da cidade. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001. pp. 105-106.
6. FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1988. pp. 17-18.
7. FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1988. pp. 17-18
8. FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1988. pp. 80-83.
9. CORUJA, Antônio Álvares Pereira. Antigualhas; reminiscências de Porto Alegre. Porto Alegre: Companhia União de Seguros Gerais, 1983. p. 117.
10. PORTO ALEGRE, Achylles. História popular de Porto Alegre. Edição organizada por Deusino Varela para as comemorações do bicentenário da cidade e officialisada pela Prefeitura Municipal. Porto Alegre, 1940. p. 15.
11. CORUJA, Antônio Álvares Pereira. Antigualhas; reminiscências de Porto Alegre. Porto Alegre: Companhia União de Seguros Gerais, 1983. pp. 17-18.
12.. PORTO ALEGRE, Achylles. História popular de Porto Alegre. Edição organizada por Deusino Varela para as comemorações do bicentenário da cidade e officialisada pela Prefeitura Municipal. Porto Alegre, 1940. p. 14.
13. FRANCO, José da Costa. In: CORUJA, Antônio Álvares Pereira. Antigualhas; reminiscências de Porto Alegre. Porto Alegre: Companhia União de Seguros Gerais, 1983. p. 46.
14. CORUJA, Antônio Álvares Pereira. Antigualhas; reminiscências de Porto Alegre. Porto Alegre: Companhia União de Seguros Gerais, 1983. p. 36.
15. PORTO ALEGRE, Achylles. História popular de Porto Alegre. Edição organizada por Deusino Varela para as comemorações do bicentenário da cidade e officialisada pela Prefeitura Municipal. Porto Alegre, 1940. p. 20.
16. PORTO ALEGRE, Achylles. História popular de Porto Alegre. Edição organizada por Deusino Varela para as comemorações do bicentenário da cidade e officialisada pela Prefeitura Municipal. Porto Alegre, 1940. p. 185.
17. PORTO ALEGRE, Achylles. História popular de Porto Alegre. Edição organizada por Deusino Varela para as comemorações do bicentenário da cidade e officialisada pela Prefeitura Municipal. Porto Alegre, 1940. p. 20.
18. PESAVENTO, Sandra Jatahy. Os sete pecados da capital. São Paulo: Hucitec, 2008. p. 151.
Gazetinha, 05.03.1896. In: PESAVENTO, Sandra Jatahy. Os sete pecados da capital. São Paulo: Hucitec, 2008. p. 165.
19. MAZERON, Gaston Hasslocher. Reminiscências de Pôrto Alegre: A Cidade Baixa não existe mais. Almanaque do Correio do Povo, 1949. pp. 156-158. Disponível em: http://pwweb2.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/cidadebaixa/usu_doc/cidade_baixa_cp_1949.pdf p. 156.
20. MAZERON, Gaston Hasslocher. Reminiscências de Pôrto Alegre: A Cidade Baixa não existe mais. Almanaque do Correio do Povo, 1949. pp. 156-158. Disponível em: http://pwweb2.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/cidadebaixa/usu_doc/cidade_baixa_cp_1949.pdf p. 156.
21. PORTO ALEGRE, Achylles. História popular de Porto Alegre. Edição organizada por Deusino Varela para as comemorações do bicentenário da cidade e officialisada pela Prefeitura Municipal. Porto Alegre, 1940. p. 99.
22. FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1988. pp. 80-83.
Correio do Povo, 19/02/1926: “O Becco do Poço em polvorosa!..”.Acervo da hemeroteca do Museu de Comunicação de Porto Alegre Social Hipólito José da Costa.
23. FRANCO, Sérgio da Costa. Porto Alegre: guia histórico. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1988. pp. 80-83.
24. MONTEIRO, Charles. Porto Alegre: urbanização e modernidade: a construção social do espaço urbano. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1995.
25. Correio do Povo, 12/06/1926. Acervo da hemeroteca do Museu de Comunicação de Porto Alegre Social Hipólito José da Costa.
26. Gazetinha, 12.05.1898. apud PESAVENTO, Sandra Jatahy. Os sete pecados da capital. São Paulo: Hucitec, 2008. p. 183.
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