Erika Giovanna Klien

Conheci esta fantástica artista austríaca através da amiga Aline DaKa, e como comentamos na ocasião, como é possível alguém com esse trabalho simplesmente ter caído no esquecimento e ficado de fora da memória artística das vanguardas dos anos 1920?

Erika nasceu em 1900 em Borgo di Valsugana, no Tirol. Filiada à escola da Arte Cinética[1], Erika produziu obras pictóricas de grande dinamismo e plasticidade, decompondo formas em planos e cores, bem como usando sua própria escrita como gesto artístico. A isso ela acrescia ainda performances teatrais e dança, incorporando o espírito inovador e experimental da arte após a I Guerra. Fascinada pelo teatro e pelo teatro de marionetes, Erika ganhava seu sustento também trabalhando como desenvolvedora de brinquedos[2]. Em 1929, deixa a Áustria, onde lecionava, e estabelece-se em Nova Iorque, onde se sustenta também lecionando. Na década de 1930, ela visita o Novo México e trabalha com a cultura das nações originárias norte-americanas na região.

Vítima de um infarto, Erika faleceu em Nova Iorque, em 1957, tendo se dedicado às experimentações de cores e formas sobre o movimento humano, e deixando uma vasta obra que só recentemente tem sido redescoberta. De qualquer forma, aqui vai uma pequena amostra do que Erika já fazia no início do século passado, numa linguagem tão atual e tão próxima aos quadrinhos que nem parece ter quase 100 anos.